Sete homens rejeitaram a filha aleijada do Coronel — ele a entregou ao escravo mais brutal.

A carruagem parou diante da casa grande às 3 da tarde. Dentro dela, uma jovem de 22 anos observava pela janela empoeiada a propriedade que não via 6 meses. Mariana tinha o rosto delicado, olhos castanhos profundos e cabelos negros presos num coque simples. Quando cocheiro abriu a porta, ela não se moveu, não podia.
Suas pernas, paralisadas desde o nascimento, descansavam inerte sob o vestido de algodão azul. O coronel Augusto Ferreira da Silva esperava no alpendre, os braços cruzados sobre o peito largo. 58 anos, barba grisalha parada, olhar duro como pedra. Ao lado dele, três escravos aguardavam ordens.


O mais alto deles, de pele negra como ébano e ombros largos, que pareciam capazes de carregar o mundo, mantinha os olhos fixos no chão de terra batida. Mariana conhecia aquele homem. Todos na fazenda conheciam Gabriel, 35 anos de idade, 1,90 m de altura, mãos grandes com calos profundos do trabalho nas plantações de café. Diziam que ele tinha a força de três homens.
Diziam também que nunca sorria, que raramente falava, que sua presença sozinha fazia outros escravos se curvarem ainda mais. Havia histórias sobre ele, sobre como derrubar uma mula com soco quando ela o atacou, sobre como trabalhava mais que qualquer outro homem nos campos, sobre o olhar que congelava o sangue de quem ousava desafiá-lo.
Se você já sentiu que o mundo te julga antes mesmo de te conhecer, deixe seu like agora. Esta história vai tocar fundo no seu coração. O coronel desceu os degraus devagar, parou ao lado da carruagem e olhou para dentro sem dizer palavra. Mariana sustentou o olhar do pai por três segundos antes de desviar os olhos para as próprias mãos.
Seis meses no convento das irmãs da caridade em Ouro Preto não haviam mudado nada. Ela continuava sendo a filha aleijada que envergonhava o nome da família. Gabriel recebeu um aceno seco do coronel, aproximou-se da carruagem, curvou-se, com cuidado inesperado para um homem daquele tamanho, passou os braços sobre o corpo de Mariana.
Ela sentiu o calor que emanava dele, o cheiro de suor misturado com terra. Por um instante, seus olhos se encontraram. Os dele eram escuros, insondáveis, mas havia algo naquele olhar que não era brutalidade, era cansaço. Um cansaço profundo que vinha de muito mais longe que o trabalho do dia. Ele a carregou pelo caminho de pedras até a varanda.
Seus passos eram firmes, medidos. Mariana pesava pouco. A paralisia e anos de mobilidade limitada haviam deixado seus músculos atrofiados, mas Gabriel assegurava como se carregasse algo precioso e frágil. Depositou-a na cadeira de rodas de madeira que esperava próxima à porta principal. O coronel subiu os degraus, passou por ele sem olhar para trás e entrou na casa.
A porta se fechou com o som seco que ecuou no silêncio da tarde. Mariana ficou ali sozinha na varanda enquanto Gabriel retornava para o trabalho. O sol de março aquecia as tábuas de madeira sob suas rodas. Ao longe, ela podia ver a cenzala, as plantações se estendendo até onde a vista alcançava, as figuras curvadas trabalhando sob o calor escaldante. Seis meses atrás, sete homens haviam vindo à fazenda.
Filhos de fazendeiros vizinhos, comerciantes da cidade, até um advogado de Juiz de Fora, todos interessados em casar com a filha do coronel Ferreira da Silva, um dos homens mais ricos da região. Todos rejeitaram o pedido quando viram que ela não podia andar. O sétimo havia sido pior.
Olhou para Mariana como se olhasse para um animal doente e disse ao coronel: “Autos suficiente para ela ouvir: “Não posso levar para casa uma mulher que não serve nem para cuidar dos próprios filhos”. Naquela noite, Mariana ouviu o pai conversando com capais na biblioteca.
As paredes da casa grande eram grossas, mas sua voz grave atravessava madeira como trovão distante. Ele falava sobre vergonha, sobre o peso de ter uma filha que nenhum homem queria, sobre como ela era um fardo que ele carregava desde o dia em que nasceu. Três dias depois, o coronel a enviou para o convento. Disse que ela aprenderia a aceitar sua condição, que as freiras ensinariam humildade e resignação.
Mas Mariana não aprendeu resignação. aprendeu apenas que o silêncio era mais seguro que as palavras, que expectativas machucavam mais que a rejeição. Agora estava de volta. E algo no ar daquela tarde de março, algo na forma como seu pai a olhou ao sair da carruagem, dizia que as coisas estavam prestes a mudar. O jantar foi servido às 7 da noite.
Mariana comeu sozinha na sala de refeições enquanto o coronel permanecia trancado na biblioteca. Rosa, a mucama da casa, uma mulher de 40 anos com mãos gentis e olhos tristes, empurrou a cadeira de rodas até o quarto após a refeição. O quarto de Mariana ficava no térrio, uma concessão prática a sua condição.

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